Livia Flores
Livia Flores
Livia Flores
1959, Rio de Janeiro, Brasil
Vive e trabalha no Rio de Janeiro
Livia Flores é graduada em Desenho Industrial pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1981), estudou artes na Academia de Düsseldorf, na Alemanha (1984 a 1993). Possui Mestrado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e doutorado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). É também professora associada da Escola de Comunicação da UFRJ. Atua no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes PPGAV-EBA-UFRJ e no Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Escola de Comunicação PPGAC-ECO-UFRJ.
A artista iniciou sua produção artística no começo dos anos 80. Transita entre meios e linguagens diversos como o desenho, a escultura, vídeo, instalação – produção cinemática e em intervenções urbanas. Seu trabalho inicial que envolve a pesquisa de materiais e processos, entrelaça-se a um interesse acentuado pela imagem e suas implicações, aproximando-se das questões do tempo e do movimento. Investiga a possibilidade de inversão e transmutação de valores, encadeamentos e fluxos de circulação, abrindo o campo do sentido em múltiplas direções. Em 1988, destaca-se uma exposição individual no Rio de Janeiro, com desenhos executados em grandes dimensões: "O papel é um campo dado e a ele empresto relações de força" - declara a artista. "A geometria e principalmente a simetria me interessam como formas. No desenho, à medida que cubro o papel com a tinta, retiro deste a sua qualidade de papel e dou-lhe uma outra materialidade, transformando-o. Uso a cor preta como uma cor-esponja que absorve o máximo de luz."
Nos anos 1990, Lívia amplia suas possibilidades técnicas fazendo uso de projeções que atraem a atenção do espectador: imagens projetadas que ocupam um espaço de penumbra e, por vezes, se associam a palavras ou frases. Para Lívia, a fotografia transforma radicalmente a experiência de apreensão do objeto. Nos filmes, a artista cerca-se de cuidados, para não deixar seu trabalho ser absorvido pelos truques da montagem, narrativas e clichês. Os caminhos que se abrem são uma investigação do entorno dos lugares, questionar a ordem das coisas de um modo sensorial; perceber uma presença ativa própria, acoplado ao aparelho de captura de imagens. É importante a visibilidade de todo o aparato de projeção (projetor, filme com as pontas unidas em forma de anel, ganchos colocados em pontos das paredes e do teto, superfícies de reflexão das imagens) para aniquilar a magia da exibição e situá-la materialmente como produto do movimento articulado de máquinas e lâmpadas, também para acentuar o traço escultórico da instalação, em que toda uma série de objetos está ocupando o espaço da galeria, determinando os deslocamentos possíveis do visitante pela área de exposição.