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Paulo Vivacqua

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Paulo Vivacqua

Paulo Vivacqua

1971 - Vitória, ES | Brasil

Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil.

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Paulo Vivacqua é um artista plástico que transita na interseção entre som, espaço e linguagem visual, criando poéticas inovadoras onde música e escultura se entrelaçam em atmosferas imersivas. Com formação em música contemporânea e composição eletroacústica, ele transforma seus espaços de atuação em paisagens temporárias e imaginárias. Seus primeiros trabalhos, como "Paisagens Subterrâneas" e "Mobile" (2000), propõem uma investigação da relação entre som e tempo, desafiando o público a interagir com as obras e a perceber novas dimensões de percepção e diálogo.

Ao longo de sua carreira, Vivacqua tem aprofundado essa pesquisa, utilizando materiais como vidro, metal e dispositivos eletrônicos para ampliar as fronteiras da percepção sensorial. Em instalações como "Sentinelas" (2008) e "Interpretação" (30ª Bienal de São Paulo, 2012), ele explora as qualidades acústicas e visuais dos materiais, criando uma "escultura invisível" que provoca introspecção. Suas obras abrem caminho para múltiplas interpretações, onde som e silêncio se entrelaçam, permitindo que cada espectador complete a criação com sua própria experiência, em uma composição aberta repleta de camadas sonoras e percursos subjetivos.

  • Paulo Vivacqua Adolfo Montejo Navas

    Una sonoridad entendida como res extensa, no sólo tridimensionalmente como visualmente, y que tampoco descansa en la mera conjunción de objetos-sonidos, es la razón de ser de artistas plásticos como Paulo Vivacqua (Vitória, Espíritu Santo, 1971). Máxime cuando se da la circunstancia de que él era/es un compositor que dejó el ámbito de la música contemporánea por considerarla una vereda restrictiva. Detalle harto significativo, en la medida en que incide en las razones espirituales de una poética que convoca hacia la búsqueda de un territorio que se acerque a las fuentes matriciales del sonido, al pre-lenguaje de cuando la música se adivina raíz, lugar a ser inventado, y por ende, visión, mirada, otra comunión estética que atienda a una multifocalidad de intereses y formas sónicas.

    Sabiendo que la música es la escultura invisible por excelencia, aquí se trata de reconocer la creación de espacios e imágenes entre el sonido y el objeto. Otro imaginario como lugar, como son las reflexiones sobre el espacio sonoro y sus células sonoro-visuales. En la partitura visual de esta exposición, donde se puede “leer” el sonido de otra forma, hasta el uso de los pequeños altavoces funcionan como notas, acentuaciones. El mayor ejemplo es “Nympheas” (2005), una instalación que produce sus espejismos sonoro-visuales al mismo tiempo, y repotencia los armónicos/ondas creados en sintonía con estructuras de vidrio y una iluminación fluorescente que se multiplica en reflejos, en una gravitación que huye aún del minimalismo. Los diferentes planos de los materiales y la sonoridad (3 canales construyen un tejido lleno de variaciones) y la interferencia de otras obras (sea el “grano de la voz” distorsionado o el viento “preparado”, creando puentes en la sala) produce también una geometría aleatoria entre fuente sonora-espacio-público, pues éste último siempre tiene que convivir con las construcciones que cambian a cada momento, a cada paso, a cada distancia. De hecho, se necesita tiempo de intimidad personal hacia las obras, porosidad, otra suerte de interactividad no tan mecánica y rastrera como la que se lleva. Ya que como no podía dejar de ser, la exposición es composición, espacio concertante, pues no deja de ser sintomática la apuesta del artista de construir el sonido con/desde piezas visuales, en resumen, crear una sinestesia: un nuevo concierto de sentidos (por traslación y transformación). ¿Puede ofrecer entonces la plástica sonora otras respuestas a los interrogantes artísticos de hoy? Los territorios que obligan a habitar estas esculturas sonoras de Paulo Vivacqua parecen indicar que sí.

     

  • Poética da Percepção Paulo Herkenhoff

    Sound Installation. Sobre Paulo Vivacqua: “Ver não é ler (disse Lyotard), mas também não é ouvir. Quando digo que alguns têm uma visão de sua obra como distribuição de eletrodomésticos no espaço é porque querem enxergar a coisa-espaço. Querem estranhar pelo mais comum. Não percebem que o que se instala é o ar. Por isso, a obra é pele e é plástica porque opera com o corpo do olhar vazio: o ar. A obra seria então uma conversa em voz baixa de alto-falantinhos. Instalação de som é Lug/ar. Se é espaço sensorial, o caráter háptico da obra não seria pelo convite ao toque, mas pelo fato de que o espaço é o locus das ondas sonoras. (((((,))))). É vírgula, mais que reticências. Toda a instalação de ar se move. Ou, todo o ar na instalação ativa o espaço. A possibilidade com esta arte é estar no espaço. É estar no espaço infotografavelmente. O que não vejo é o que não me vê, mas me toca. Não toco música nem a música me toca:  tato a tato. Sou tato. Percebo o espaço pelo tato, embora pense "entender' pela audição. [Arte de superfície, como a pintura.] A música que se toca me toca. Toco e escuto e penso. Arte do inteligir que este "não-objeto" não deixa rastro. [Acho que nunca vi um objeto seu, porque não vejo o ar]. É o olhar à flor da pele.”

  • Residuu Paulo Sérgio Duarte

    Já narrei, num trecho de uma resenha de um livro de Argan, a minha descoberta de uma cidade, na madrugada, pelo ruído das águas de suas fontes. É claro, tratava-se de Roma. Jovem, depois da maioria dos romanos irem para a cama, era ótimo percorrer a cidade a pé se guiando pelo ruído das águas de suas fontes, da mais singela bica até a mais suntuosa fonte barroca. Roma se revelava, sem o burburinho das multidões e o barulho do trânsito. Esse passeio se estendia no tempo, atravessando as pontes, até o Trastevere, entrava na baixa Idade Média. De noite, eu sabia que o mosaico do banho de Maria recém-nascida – O Nascimento da Virgem de Cavallini – estava lá dentro da igreja de Santa Maria, mas a cidade com sua arquitetura e seus sons noturnos me interessavam mais. O naturalismo da mulher que experimenta a temperatura da água antes do banho da futura Mãe de Deus, não me atraia tanto como hoje. A delicada aventura do caminhar nas ruas continuava nos tons ocres, tijolos e verdes da cidade iluminada cuidadosamente por lâmpadas ainda incandescentes e seus tons quentes; era tudo que eu queria, a cidade era mostrada para mim guiada pelo cair de suas águas. Tive a sorte de repetir diversas vezes essa experiência. Era uma cidade de formas e sons.

    Hoje, no porão do Paço dos Açorianos, sede da Prefeitura de Porto Alegre, ao lado do Mercado Municipal, experimento de outra forma as mesmas sensações: a descoberta de espaços que me são relevados pela arquitetura e pelo som, por ruídos e por espaços. Residuu de Paulo Vivacqua é quem me propicia essa experiência; a diferença começa pelo som, não são ruídos: aqui são múltiplas músicas e minha cidade é um porão. Mas tudo parece na medida certa como uma perfeita adequação, tal qual minha Roma de madrugada. Vou me abaixando para atravessar os arcos baixos do porão e descubro outros sons espalhados pelos diversos espaços. Mas não basta isso. As unidades técnicas, subwoofers, alto-falantes e tweeters estão funcionalmente distribuídos com interesse plástico. São várias esculturas sonoras que se distribuem nos diversos espaços do porão. Não conto os elementos isolados, como os alto-falantes cobertos com vidros que sutilmente espelham as discretas lâmpadas funcionais. Penso mais naquelas fortes esculturas dos vidros superpostos e seus tweeters organizados para nos dar prazer acústico e visual, como aquelas sobre chapas metálicas, cada uma pensada plástica e acusticamente, além do ambiente escuro das Palavras Cruzadas no qual uma cartilha do futuro se faz presente para nos ensinar as primeiras palavras. Quero essa memória e o prazer do presente que Residuu nos propicia na cidade possível: um porão.

     

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