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Yolanda Freyre

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Yolanda Freyre

Yolanda Freyre

Yolanda Freyre

1940, São Luís, Maranhão, Brasil

Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil

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Em 1967, a artista mudou-se para o Rio de Janeiro para iniciar a psicanálise, e também sua formação artística. Formada em Museologia pela Universidade do Rio de Janeiro e Pós-graduada em Teoria da Arte pela UERJ. Estudou gravura, xilogravura na Escolinha de Arte do Brasil. A partir de 1978 teve aulas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde estudou com Lygia Pape (1927–2004). Cursou École Nationale Supérieure des Beaux-Arts e o Centro de Artes Saint-Charles (Sorbonne, Paris).  Participou de Bienais Internacionais e Salões; expôs individualmente em importantes galerias e instituições como Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes e na Europa, em galerias de diversas cidades, tais como Trento, Gênova, Brescia, Montpelier e Londres e participou de diversas exposições coletivas, tais como “Terra a vista - 500 anos Brasil” (Galerie Debret, Paris); "Identity" The Brazilian-American Cultural Institute, Washington, DC, EUA).

 

A prática de Yolanda Freyre concentra-se em temas sociais e na representação do Nordeste brasileiro. As sessões psicanalíticas de Freyre a levaram a produzir desenhos em nanquim inspirados em um imaginário pessoal da infância. Teve contato com Ivan Serpa, que a incentivou a desenvolver seu trabalho de desenho e pintura. Em meados da década de 1970, diante da repressão da ditadura militar brasileira, começou a abordar temáticas ligadas à violência em seu trabalho; encenou marchas e intervenções, inicialmente em espaços públicos, e depois performances para públicos seletos.

O processo artístico de Yolanda Freyre deve ser entendido organicamente.  Em um primeiro momento caracteriza-se por pinturas e performances ritualizadas. Em um segundo momento, a artista desenvolve a pesquisa de quantificação da cor/luz. Então, passa a abstrair a cor para melhor evidenciar a matéria, depois substitui a densidade da matéria por uma profundidade, resultado de superposições de veladuras. No momento atual apresenta uma abertura de rituais para ações, instalações e performances sem abandonar a pintura na qual passa a utilizar novos suportes. Desenvolve práticas artísticas escultóricas em concreto, orientadas por um interesse em geometria. A partir da década de 1990, o seu trabalho volta-se para temas como a maternidade, a domesticidade, vivência e memória. Em 2006, publicou o livro 'O Espelho do Artista', uma reflexão sobre a descoberta interior do artista paralelamente ao seu processo pessoal de produção.

 

  • Yolanda Freyre Amanda Arantes

    Iolanda Soares Freire Hinds, mais conhecida como Yolanda Freyre, nasceu em São Luís, Maranhão, em 1940. Em 1967 mudou-se para o Rio de Janeiro para iniciar a psicanálise; lá ela também começou sua formação artística. Frequentou a Escolinha de Artes do Brasil, onde estudou arte e educação, xilogravura e gravura em metal. Nesse período, sua produção artística se concentrou em temas sociais e na representação do Nordeste brasileiro. As sessões psicanalíticas de Freyre a levaram a produzir desenhos em nanquim inspirados em um imaginário pessoal da infância. Teve contato com Ivan Serpa (1923-1973), que a incentivou a desenvolver seu trabalho de desenho e pintura; ela então estudou com ele no Centro de Pesquisa em Arte. Mudou-se para Petrópolis, Rio de Janeiro, no início dos anos 1970, onde montou um ateliê.Montanha do Quitandinha (Montanha da Quitandinha, 1974), e as flores do seu jardim. Freyre também criou composições que evocam um ambiente doméstico, com elementos tradicionalmente associados à mulher, como na pintura Cabeça de galinha em toalha de crochê e hortênsia, 1974).

    Em meados da década de 1970 Freyre perdeu o irmão, vítima da repressão da ditadura militar brasileira. Movida por um sentimento de indignação, ela começou a abordar esse contexto de violência em seu trabalho. Ela encenou marchas e intervenções, inicialmente em espaços públicos, e depois criou performances em sua casa para públicos seletos. Ao longo da década de 1970, o trabalho da artista evoluiu em estreita ligação com seu interesse pela psicanálise, e suas performances foram marcadas por um aspecto ritual. Em Os passarinhos da figueira , apresentado na XIII Bienal de São Paulo (1975), o artista come meio figo enquanto a outra metade é comida por um pássaro na gaiola. Em Mulher, o erótico na natureza (Woman, the erotic in nature, 1978) ,a artista registra formas femininas na paisagem, criando relações entre elas e a noção de fertilidade. Essas performances foram documentadas em objetos de livros elaborados por Freyre, mesclando imagens com seus próprios escritos. A partir de 1978 teve aulas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde estudou com Lygia Pape (1927–2004). Iniciou os estudos em ciências sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1980, mas abandonou o curso e voltou para Petrópolis, onde cursou o NEART (Núcleo Experimental de Arte). Na década de 1980 produziu pinturas, com particular interesse pelos estudos da cor. Seu trabalho foi exibido na França em 1985, e ela teve aulas no Centre Saint-Charles, a escola de arte da Sorbonne. Em meados da década de 1980 realiza esculturas e instalações que retomam aspectos de sua infância e da atmosfera maranhense. Posteriormente produziu pinturas monocromáticas e esculturas em concreto, refletindo seu interesse pela materialidade e geometria. A partir do final da década de 1990, o foco de seu trabalho voltou-se para assuntos ligados à esfera doméstica, memórias pessoais, natureza e maternidade.

    —Amanda Arantes

     

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