
Barbapapa
DE 10.Jul.2019 A 24.Ago.2019
Na exposição Barbapapa, o artista Paulo Vivacqua apresenta novas direções do seu trabalho, cuja pesquisa multidisciplinar que desenvolve tem como desdobramentos, questões como música, composição, linguagem e prática visual.
Sua produção atual continua pressupondo àquela do início de sua trajetória; a presença positiva de seu trabalho impõe uma manobra de apreensão que nos leva a redescobrir e reviver o espaço. A escultura deixa de ser um meio estático e idealizado e passa à condição de uma experiência que lida com a ideia de percepção de espaço, tempo, som e linguagem.
Em Barbapapa, que nomeia a exposição, placas de aço revestidas de pintura automotiva são a base na qual alto falantes e fios vermelhos geram formas semelhantes aos personagens de quadrinhos e desenho animado infantis da década de 1970, muito simples e coloridos em suas formas ovais. Os sons emitidos pelos Barbapapas são derivados de uma pesquisa que o artista vem recentemente desenvolvendo sobre os sons pré-verbais, como um universo adormecido de nossa consciência, e que nos surpreende eventualmente através de expressões abruptas ou repetições de sons vocais inarticulados.
O conjunto de trabalhos, Mesas, são "esculturas" ou assemblages que apresentam materiais díspares como falantes, vidros, madeira, metal, granito, lâmpadas e fios de cobre. Tais materiais são dispostos de modo a estabelecer uma relação entre função e forma - elementos de uma composição silenciosa.
Memo, trata-se de uma série de desenhos supostamente infinita que vem sendo realizada desde 2009, e que tem como base e denominador comum blocos de nota de seu pai produzidos na década de 1970 com a inscrição Memo P. A. Vivacqua, em seu cabeçalho. Funciona como um trabalho cronológico que o artista desenvolve; crônicas visuais do pensamento.
Sublevação #2 , concebido como um trabalho rítmico, consiste em uma instalação que utiliza a forma do container da parte externa da galeria. Sons sub graves são emitidos, assim a superfície do container torna-se a própria caixa de som; fazendo todos à sua volta sentirem e vivenciarem, até mais do que ouvirem, as vibrações, pulsos e contra-pulsos emitidos pelos três sub woofers de seu interior.
Sublevação #2, estabelece um contraponto com a exposição dentro da galeria, atuando como um baixo contínuo, no qual os sons dos Barbapapas reunidos ao falar espontâneo das pessoas que circulam, transformam o espaço.
As obras se relacionam e provocam o enfrentamento do espectador com a realidade física a partir da alternância constante entre sonoridade e silêncio, proporcionando um ambiente sonoro. Uma atmosfera