
Percurssos
"A exposição Percursos é fruto de diferentes momentos e produções artísticas que fazem parte da história da galeria. Dialogam juntos trabalhos do acervo e de artistas representados, que datam da década de 60 até os dias atuais, entre pinturas, esculturas, fotografias e desenhos."
DE 20.Jun.2021 A 15.Ago.2021
A arte é um processo em que cada acontecimento e experiência são espaços para inúmeras possibilidades, adaptando-se sempre a novas poéticas. A exposição Percursos é fruto de diferentes momentos e produções artísticas que fazem parte da história da galeria. Dialogam juntos trabalhos do acervo e de artistas representados, que datam da década de 60 até os dias atuais, entre pinturas, esculturas, fotografias e desenhos. As obras que integram a mostra lidam com as incertezas do momento presente e com a necessidade incontestável de mudança. Numa seleção diretamente atrelada a um contexto de inquietação, compõe-se uma atmosfera que reflete a contemporaneidade ao mesmo tempo em que busca entender seus desdobramentos.
CADU
A prática de Cadu é marcada por uma abordagem transdisciplinar. Cada projeto emerge segundo características conceituais, não havendo uma pré-eleição de linguagens ou técnicas. Em seu repertório convivem performances, instalações, desenhos, pinturas, objetos, esculturas, vídeos e fotografias, influenciados por temas ligados à sistemas, repetição, jogos, tempo e circularidade. Suas obras celebram a relação entre o homem e a natureza, o racional e o instintivo, o caos e o rigor.
CARLA GUAGLIARDI
O trabalho apresentado compõe-se de uma esfera de vidro preenchida com água destilada até o meio. O tubo de cobre atravessa a esfera como um eixo móvel tocando levemente a água. Numa situação ambivalente, ao mesmo tempo que oferece equilíbrio à peça, o tubo é permanentemente corroído pela água.
Esse trabalho foi a primeira peça que a artista produziu em vidro, dando continuidade a questões anteriores relativas à inexorabilidade da ação do tempo e suas implicações.
ESTELA SOKOL
Em seu processo, Estela Sokol leva procedimentos do fazer pictórico para a escultura e vice-versa. A intenção da artista está na tentativa de tirar proveito dos materiais que utiliza, como feltro, pvc, mármore e madeira. Experimentar os possíveis diálogos entre eles e mostrá-los em sua maior potência. Os movimentos concreto e neoconcreto brasileiro são uma das referências em sua investigação.
IVENS MACHADO
Os trabalhos de Ivens Machado mostram como as superfícies podem ser reguladas e reguladoras. Então, falando de liberdade, ele sugere rupturas. Nas palavras do artista: “Toda vez que eu estou fazendo um trabalho é como se eu estivesse começando, como se não tivesse memória.” (Ivens Machado, O outro). Em seus trabalhos em papel, investiga o controle dos espaços de expressão, sempre exercido pela sociedade. Incidindo sobre folhas de caderno pautado, Ivens revela um sistema e tenta destruí-lo, cancelando, machucando ou reproduzindo superfícies pautadas com pequenas mutações, criando outra linguagem.
NUNO RAMOS
Nuno Ramos é um dos artistas contemporâneos mais relevantes do país. Sua produção nas artes visuais é múltipla e explora materiais diversos como: vaselina, cera de abelha e plástico. Diz que o propósito da arte é “inserir ambiguidade num mundo que se tornou monótono”.
ROCHELLE COSTI
Como artista multimídia, Rochelle Costi trabalha com fotografia, vídeo e instalação. Sua concepção de fotografia traz referências à prática do colecionismo, o que se reflete diretamente em seu trabalho, geralmente organizado em séries. Utilizando da observação do cotidiano como ponto de partida para muitos projetos, faz com que a percepção do espectador seja ativada pelo estranhamento e/ou pela identificação com os elementos apresentados. Seus trabalhos são parte de coleções tais como a Fundación ARCO (Madrid), o Museum Moderner Kunst Stiftung Ludwig (Viena) e Museum of Contemporary Art (San Diego). Recebeu o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Fundação Nacional de Arte em 1997 e o Prêmio CNI SESI SENAI Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas no ano de 2017.
RODRIGO BRAGA
Nascido em Manaus em 1976, ainda na infância mudou-se para Recife, onde graduou-se em Artes Plásticas pela UFPE (2002). Atualmente vive entre Rio de Janeiro e Arles, França. Trabalhando com ações performáticas ou construções manuais diretamente em paisagens naturais ou mesmo encontrando seu interesse em torno da natureza em espaços urbanos, seu corpo intervém no entorno ou, algumas vezes, também é parte das imagens. Relações existenciais e conflitivas entre o homem e seu meio são assuntos de sua produção. Interessa-se por elementos materiais e seus amplos significados simbólicos, abordando a ética difícil entre a humanidade e suas formas controversas de criar sistemas de extração, modificação e indução da natureza.
WALTERCIO CALDAS
As obras de Waltercio Caldas – considerado internacionalmente uma figura central da arte brasileira – são um convite a reflexões sobre o tempo, espaço, linguagem e percepção. Um dos seus desafios é desacelerar o processo de percepção para torná-lo mais produtivo do que previsível. A relação entre os materiais que utiliza também é um aspecto significativo em seu trabalho. A intenção de sua mensagem poética é a criação de novos significados. Embora único, seu processo artístico escapa à categorização, pois é difícil prever que forma, material, escala ou aparência seu próximo trabalho terá.