Artur Lescher
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10.Mai.2023 - 05.Ago.2023
Anita Schwartz XXV
A exposição Anita Schwartz XXV é uma celebração aos 25 anos de aniversário da galeria, onde essa história é contada a partir dos artistas e suas obras. A pesquisa curatorial percorreu o arquivo da galeria, fundada em 1998, em busca de imagens e textos críticos das exposições, feiras e publicações, com o intuito de construir uma linguagem possível sobre as experiências artísticas que moldaram o seu programa.
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23.Jan.2019 - 31.Mar.2019
Visitas ao Acervo 2
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05.Nov.2015 - 06.Fev.2016
Silêncio impuro
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir do dia 4 de novembro para convidados e do dia seguinte para o público, a exposição “Silêncio impuro”, com 16 obras dos artistas Artur Lescher, Cadu, Carla Guagliardi, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Tatiana Blass e Waltercio Caldas. “Nessa mostra o som é um índice, pois as obras operam com o seu lado negativo no qual ele (som) é silenciado. O que existe, ou melhor, aquilo que se expande pelo espaço é a imagem do som, isto é, as mais distintas suposições que podemos ter sobre qual som poderia ser ouvido se finalmente aquilo que o impede (uma amarra, uma solda, ou ainda o livre entendimento de que a obra possa ser compreendida também como uma partitura) fosse revelado ou reinterpretado”, explica o curador Felipe Scovino.
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05.Fev.2015 - 14.Mar.2015
A primeira do ano – Pequenos formatos
Anita Schwartz Galeria de Arte, apresenta a exposição "A primeira do ano - Pequenos Formatos", com cerca de 50 obras inéditas e recentes de 22 artistas, como Abraham Palatnik, Ana Holck, Angelo Venosa, Bruno Vilela, Carla Guagliardi, Claudia Bakker, Daisy Xavier, Estela Sokol, Everardo Miranda, Gustavo Speridião, José Paulo, Maria Lynch, Niura Bellavinha, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Rochelle Costi, Thomas Florschuetz, Waltercio Caldas, Wanda Pimentel, entre outros.
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19.Jan.2012 - 10.Mar.2012
A primeira do ano
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta a partir de 18 de janeiro de 2012 para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição “A primeira do ano”, que ocupará todo o espaço expositivo da galeria com obras de 21 importantes artistas brasileiros: Abraham Palatnik, Ana Holck, Ana Linnemann, Angelo Venosa, Artur Lescher, Carla Guagliardi, Carlos Zilio, Celia Euvaldo, Claudia Bakker, Daisy Xavier, Estela Sokol, Everardo Miranda, Fernanda Quinderé, Gustavo Speridião, José Paulo, Marco Veloso, Nuno Ramos, Roberto Lacerda, Suzana Queiroga, Wagner Morales e Waltercio Caldas.
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27.Out.2011 - 07.Jan.2012
Em torno da escultura
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta a partir de 26 de outubro para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição “Em torno da escultura”, que ocupará todo o espaço expositivo da galeria com 18 obras, sendo algumas inéditas, de importantes artistas do acervo, tendo como enfoque a escultura e outras linguagens que exploram a tridimensionalidade. Com curadoria de Guilherme Bueno, a mostra terá obras de Ana Holck, Ana Linnemann, Angelo Venosa, Antonio Manuel, Artur Lescher, Carla Guagliardi, Carlos Bevilacqua, Daisy Xavier, Estela Sokol, Felipe Cohen, Gonçalo Ivo, Gustavo Speridião, Ivens Machado, Otavio Schipper, Romano e Waltercio Caldas.
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24.Nov.2010 - 01.Mar.2011
Desenhos & Diálogos
O acervo da galeria Anita Schwartz, em mostra de desenhos, revela diálogos entre processos artísticos, por intermédio de técnicas e materiais, no jogo de superfícies, tramas, linhas, formas e cor. O desenho enquanto um jogo pensado para estruturar uma escrita, como definiria Jacques Derrida, um vir-a-ser-imotivado do símbolo, reconstitui as mais remotas investigações da arte, quanto as possibilidades com os limites de ver, representar e interpretar as coisas do mundo pelo olhar diverso de cada um. É com este olhar que as obras dos artistas do acervo Anita Schwartz, agrupados em Diálogos, nos favorecem encontros com a leitura da arte. Para complementar estas leituras serão apresentados no contêiner da galeria Vídeos realizados pelo Canal Brasil, do Programa Catálogo, dirigido por Marcos Ribeiro, sobre os processos artísticos onde estarão expostos os processos de Daniel Feingold, Wanda Pimentel, Ana Holk, Carlos Zilio, Marco Veloso, Niura Bellavinha, Gonçalo Ivo, Suzana Queiroga e Ivens Machado.
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15.Jan.2010 - 06.Mar.2010
Notas do Acervo
Notas do Acervo, que abre o ano de 2010, ocupa os dois andares da galeria. Formada por 28 trabalhos, dentre os quais há fotografias, esculturas, pinturas e instalações, proporcionando ao público uma amostra da produção brasileira atual, ela reúne artistas protagonistas de exposições anteriores, outros presentes na agenda deste ano, somados àqueles integrados ao time da galeria em 2009, além dos jovens. Dentre os destaques podemos citar Carlos Zílio, Abraham Palatnik, Nuno Ramos, Wanda Pimentel, Arthur Omar, Niura, Bellavinha, Gonçalo Ivo, Ivens Machado, Carlos Vergara, Otávio Schipper, Gustavo Speridião, Estela Sokol, Ronald Duarte, Wagner Morales, dentre outros. A curadoria é de Guilherme Bueno.
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13.Ago.2009 - 12.Set.2009
Rio Máquina
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03.Dez.2008 - 18.Fev.2009
Ano 01
A exposição “Ano 01”, que abre na Galeria Anita Schwartz em 02 de dezembro irá apresentar ao público um panorama de seu acervo, além de outras obras dos artistas vinculados à galeria. Diversos trabalhos inéditos estarão na exposição, que inclui desde artistas consagrados como Abraham Palatnik, Antonio Manuel, Carlos Zílio, Fabio Miguez, Nuno Ramos, Daniel Feingold, dentre outros, àqueles incorporados recentemente participantes da cena emergente contemporânea, como Wagner Morales, Wagner Malta Tavares, Gilberto Mariotti, Romano, Felipe Cohen, Cristina Ribas, etc. A exposição tem curadoria de Guilherme Bueno e ficará em cartaz até fevereiro de 2009.
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Artur Lesher
Artur Lescher
Na verdade, não acredito em gênios. Nem em revelações. E diante de jovens, quando meu ôlho percebe um trabalho diferenciado, posso surpreender-me, alegrar-me com seu surgimento, mas só creio em sua solidez enquanto contribuição quando sua trajetória, ao longo do tempo, me permite vêr continuidade em acertos e audácias, pois muita gente, como cometas, sobretudo no Brasil, se perde nos céus de nosso meio artístico. Talvez seja por isso que alguém já disse que nunca viu um texto meu tecendo elogios rasgados a um artista. Talvez essa pessoa tenha exagerado. Ou talvez eu seja mesmo comedida.
Mas por essa mesma razão, diante dos últimos trabalhos de Artur Lescher percebo estar diante de um artista já maduro, que virou a página do “jovem”, e se apresenta, como de fato o é, um artista com um perfil definido. Daí a razão desta publicação que se pretende uma síntese de seu percurso até agora.
Lescher tem o encanto do aparentemente desajeitado tipo adolescente perpétuo, tímido sorriso amigo, meio se escondendo, mas no fundo sabendo bem o que quer e do que gosta, e como fazer o que se determina. Como artista, exibe como constante uma poética do espaço e da beleza de formas que o aproximam das problemáticas do design, da arquitetura, e da pesquisa com materiais com que elabora seus projetos. Esses dados o identificam como um artista tipicamente paulistano por estas mesmas razões.
Pertence à linhagem daqueles que o precederam há cinquenta anos, quando os jovens concretistas de São Paulo se encantaram com as contribuições da delegação suiça presente à I Bienal e que privilegiava o suporte industrializado, conglomerado de madeira, aluminio ou o aço polido, assim como a aplicação da tinta mecânicamente, rejeitando a manualidade artesanal. Esses principios norteariam o Grupo Ruptura, liderado por Waldemar Cordeiro, paisagista, artista e pesquisador constante de novas correntes.
Há, com efeito, em nossa capital, talvez em decorrencia dessa mesma intensa industrialização, uma vertente de artistas vinculados à tecnologia. Poderiamos mencionar não apenas a Baravelli de inicios dos anos 70, como a Julio Plaza, certos projetos de Marcelo Nitsche, e mesmo a Waltercio Caldas , por contato com o grupo dos quatro artistas - Fajardo, Nasser, Baravelli, Rezende - da “Escola Brasil dois pontos” através de exposição (no MAC-USP e MAM-RJ, em 1970) que marcou toda uma geração tanto em São Paulo como no Rio. Ou seja, deixando de lado o precário e efêmero, vigente na segunda metade dos anos 60 (do tipo de Leirner, Antonio Manuel, Helio Oiticica dos ambientes de Tropicália, e mesmo Barrio de pouco depois) apresentava-se uma nova onda, de artistas que apreciavam o bom gôsto, o acabamento, o perfeccionismo na execução dos projetos, apresentando peças com a precisão e um sabor arquitetural inequívoco, fossem os artistas arquitetos ou não.
Mais recentemente é a artista Ana Tavares, também da mesma geração 80, como Lescher, quem como êle, se compraz com jogos de espaços, diálogos ou interação com a arquitetura, a trabalhar com materiais diversos, elaborando projetos por vezes irritantes em sua acuidade excessiva na execução das peças.
Essa vertente de uma arte sumamente urbana, elegante, “universal”, está desvinculada de nosso entorno terceiromundista a nos pressionar, nos esmolar em cada esquina, periféricos que por certo somos; e não aceitamos ser, porque nos incomoda, fére o cosmopolitismo que prefeririamos que nos caracterizasse, deixando de lado uma violenta contradição socio-cultural que não aceitamos e não conseguimos extirpar.
A essa linhagem pertence Artur Lescher. Mas não deixa de ser autentica por refletir uma porcentagem pequena, porem real, de artistas cultos, cultivados, embora excepcionalmente conhecedores de fato da historia mais distante ou recente das artes no Brasil.
O trabalho serial sempre foi perseguido por Artur Lescher: uma ideia na cabeça e o seu desenvolvimento paulatino, através de peças que se desdobram em outras, a partir da ideia primeira. Assim foi a casa-ideograma, fechada, casa-síntese, encerrada em torno a sua propria forma paradigmática: telhado de duas aguas, retangular como espaço, minimalista em sua essencialidade formal. Elaborada e executada em materiais os mais diversos (parcialmente visivel a estrutura, como no MAM-SP, ou em madeira, aço inox, aluminio); ou acoplada siamesisticamente a outras três – cruciforme – ou estirada, quase irreconhecivel, absolutamente vertical, em madeira polida, impecavel. Ou como casa-vagão alongada horizontalmente sobre o piso.
Mas desde suas casas (e balões), o diálogo de suas formas é com o espaço que contem suas peças. O diálogo com o espaço e o serial assinalam, ao mesmo tempo, sua predileção por exercicios modulares.
Surge sempre, depois, a especulação com materiais e a alteração dos mesmos pela exposição ao tempo, não descuidando das formas de elegancia inegável. O quadrado perfeito, os plasticos opacos, o trabalho com as madeiras. E o sal de cobre, o mercúrio, a resina, os plásticos, o nylon industrial, o granito, a porcelana branca, a agua, o aluminio.
A série “Elípticas” – belas como formas, estranhas como concepção - com que agora se apresenta traz resposta para a indagação: onde se origina a elipse ? Nasce do corte de fatias, em oblíqua, de um cône. E daí a possibilidade de serem de dimensões diversas, de acordo com sua extração das diversas alturas do cône. Assim, do corte nasce a forme elíptica : agudeza ferina, percuciente, gume, são todos termos que nos ocorrem ao contemplar este espaço criado, com piso de cálida madeira polida, mas que propõe ao olhar formas decepadas – vistas pela metade, ou nunca em sua inteireza – . O gume é perceptivel na sutileza dos perfís revelados destas elipses contraditoriamente ameaçadoras, não fôra a delicadeza de sua execução cuidada. Recostadas, na horizontal, cravadas no piso, ou penetrando no muro ao apoiar-se nas paredes, com suas bordas delicadamente polidas e enceradas. Como armas brancas, de sensual e extrema beleza formal ao mesmo tempo que de violência sutil.
Percebe-se na última exposição de Artur Lescher, março 2002, na Galeria Nara Roesler, o cuidado extremo na seleção e disposição de cada peça no espaço com uma simbologia que o visitante casual não póde captar. Uma exposição realizada após ser projetada em dois anos de trabalho em seus mínimos detalhes. Na necessária alteração do espaço expositivo, cujo piso passa a ser recoberto de madeira (sumaúna) quase similar ao cedro com que foram executadas as elipses. Mas algo de secreto persiste na organização deste espaço e na seleção minuciosa . Que o artista retem, guardando para si o sentido conceitual da organização quase ritualística deste espaço assim previsto e realizado.
As mesmas formas elípticas, de três metros de altura, contudo, deslocadas para o espaço aberto, na Universidade Cruzeiro do Sul, em bronze, nos passam outra leitura, em meio ao paisagismo natural. São como iniciação de vocação que se assinala em Lescher para a grande escala pública. Deixa, assim, de se comprazer com o estudo de formas de pequena dimensão – como maquetes para realização posterior - em sua relação com o espaço, estudo que agora deixa de ser fechado, circunscrito, para se abrir em proposta maior para o meio-ambiente.
Lescher pode ser visto também como um transfigurador de objetos, de peças. Como ao reproduzir como um objeto inútil em madeira polida os discos do arado em repouso. Ou ao inserir em uma serie contínua de bastões de ipê de corte quadrado cilindros de impecavel porcelana branca brilhante, como um tapete ou escada rolante horizontal e imóvel, acoplamento já antecipado pela grande peça exposta em 2001 no Memorial da América Latina, o “O x O” – A Roda - . Ou em outra peça, os mesmos bastões de secção quadrada, lado a lado, exibem cada um em seu extremo um grande cilindro, um de granito negro, outro de porcelana igualmente alva em seu brilho : ambos bastões como a apelarem para nosso toque, o tato, que suas superfícies atraem.
Ou seja: a secção quadrada versus secção circular dos cilindros de porcelana. Sempre um principio geométrico pensado como contraponto, antinomia ou complementariedade.Afinal, o quadrado contem o círculo ou o circulo pode conter o quadrado. E a divergencia dos materiais - no caso madeira versus porcelana – o natural versus o industrializado, vem acirrar essa conversação entre materiais e formas.
A vinculação com a arquitetura transparece igualmente na organização do seu espaço expositivo, seja quando expõe numa Bienal de São Paulo – como nesta 25ª edição, em 2002 – calculando a inserção de suas peças no contexto espacial, na previsão das interferencias possiveis entre as obras paralelas à sua; ou, na seleção dos materiais, no caso, o piso, a coloração das madeiras, a relação de distancia entre uma peça e outra, a disposição de natureza realmente museográfica – espaço, luz - que o artista-autor realiza para montar uma exposição.
Aqui surge o artista que não é arquiteto mas se comporta como se o fôra, assim como na espacialidade da natureza domada pelo paisagismo, no projeto de esculturas para o Parque da Universidade Cruzeiro do Sul, em Anália Franco, no Tatuapé.
Acredito que esta publicação póde comunicar ao observador a dimensão deste criador, atento a seu espaço, e ao mesmotempo quase precioso na preservação do rigor de execução de cada proposta que desenvolve.
Aracy Amaral
Abril 2002
- Imaginary Frequency